Certa vez, o vidente de Lublin estava caminhando pelo campo quando viu um homem pegando uma árvore que tinha uma casca muito grossa. Ele pretendia levá-la para casa e colocá-la num vaso. Quando chegou à porta da casa, a árvore não passava. A casca era grossa demais. A atitude mais óbvia seria tirar parte da casca para que o tronco ficasse mais fino e passasse pela porta. Acontece que o homem, em vez de cortar fora parte da casca, entalhou a porta da própria casa e a parede ao seu redor para que a árvore ali coubesse.
O vidente de Lublin falou: “Agora, eu sei o que é o amor. É quando você se adapta para aceitar a outra pessoa como ela é e não deseja que a mesma se torne quem você gostaria que ela fosse. Amor é quando você está disposto, inclusive, a cortar de si mesmo para criar um espaço para o outro ser quem realmente é”.
Com isso em vista, questione a si mesmo: você aceita as pessoas que diz amar como elas são ou exige que mudem para se adaptar ao seu estilo de vida e suas expectativas? O verdadeiro amor aceita a pessoa como ela é.
Isso quer dizer que devemos aceitar tudo que o outro faz sem nenhum questionamento, mesmo se aquilo nos pareça errado? Não precisamos chegar a tanto. Num relacionamento, é importante saber dar limites ao outro, afinal, não se pode aceitar qualquer comportamento. Mas como identificar o que é certo e o que é errado?
Achamos que sabemos como tem de ser. A cada momento, acreditamos ter consciência do que é o certo. Liberdade é compreender que não fazemos ideia do que é certo e do que é errado em cada situação. Ficamos aborrecidos porque achamos que sabemos. Não acontece conforme nossa expectativa e ficamos frustrados. Liberdade é entender que não é necessariamente do jeito que você pensa, nem é na ordem que você pensa. As coisas acabam sendo de outro jeito. Tem de saber que a maneira como as coisas acabam acontecendo é o jeito certo. Se já aconteceu, era isso que você precisava para ir para o próximo nível que deve alcançar. ( Samuel Shmuel )