“As Adoráveis Melindrosas”, tema do Baile do Copa 2015 no tradicional Sábado de Carnaval que vai celebrar os 450 anos do Rio de Janeiro
“A cena do baile 2015 se passará em Paris. ”Paris é magia, Paris é luz, Paris é uma festa!”, escreveu Hemingway. Tudo naqueles salões monumentais da Avenida Atlântica será arte! Da inspiração japonizante de Fujita, que imortalizou a musa de artistas, cantora e modelo Kiki de Montparnasse (à época tão célebre quanto a rainha Vitória), à pintura de Van Dongen, que fazia as mulheres magras, com pescoços longos e joias
As melindrosas vão requebrar no Baile do Copa 2015, que vai celebrar os 450 Anos da Cidade do Rio de Janeiro!
Os desenhos de Erté estampando as capas das Harper’s Bazaar e Vogue da época, com os figurinos criados por ele para O cavaleiro da rosa, de Strauss, e O pássaro de fogo, de Stravinsky, para o Paradis Latin. O advento dos batons vermelho sangue e das meias de nylon, exportados pela América, e as bananas de Josephine Baker disputavam holofotes com os rubis, diamantes e esmeraldas das panteras da joalheria Cartier, que tinha muitas brasileiras na sua clientela by appointment only da Rue de la Paix. E já se falava no Samba por ali…
Jean Cocteau, ”l´enfant terrible“, rabiscava marinheiros sexy nas toalhas de papel do Café Flore! No teatro dos Champs Elysées, o coreógrafo Dieghilev, com seus “ballets russes”, chocava o público com a sensualidade audaciosa de “L’Après Midi d’un Faune”, de Stravinsky. A estrela era Nijinsky! Quem recebia e convidava para as grandes festas era o príncipe de Faucigny-Lucinge, e o ponto de encontro, a Coupole ou a Rotonde. A “hora azul” (assim era chamada a tardinha, a caminho da noite, quando o céu fica azulado) era na Closerie des Lilas, restaurante preferido de Hemingway, onde pedir gin “fizz” ou uma “demi pression, blonde bien fraîche”, era o must. Os divinos e divinas se misturavam com o gratin-intelecto-chique e, depois do por do sol, o encontro se passava chez Gertrud Stein, arrasando com cocktails de frutos raros e reinando absoluta!
Enquanto isso, do outro lado do oceano, em New York, acontecia o Grande Baile do Waldorf Astoria. Para participar dele, Coco Chanel desembarcava com seu escort, príncipe De la Falaise, tio da Lulu (a amiga querida de Yves Saint-Laurent)! Em sua suíte, enquanto se preparava para a grande noite de gala, Chanel, num ato de loucura, cortou com sua tesoura genial a saia acima do joelho e seu penteado à la garçonne! Escândalo! Nasciam naquele momento, pelas mãos talentosas de Coco, as Melindrosas!
Aigrettes do Paraíso, tiaras à la Russe, piteiras gigantescas e franjas, muitas franjas…… No Cotton Club novaiorquino, no Harlem, as melindrosas trepidavam dançantes até a madrugada. O jazz e o Charleston totalmente integrados. “Rapsody in Blue” acalentavam em mistério a noite. E os namorados partiam enlaçados, deliciosamente embriagados, ao som de ”I’ve got a crush on you”… No ar, um ‘Je ne sais pas quoi’ de sonho. Sem passado, vivia-se o presente sem futuro. Um século depois, o Magic Ball do Copacabana Palace resgata o gosto de um tempo de sonho, romance, sensualidade e doçura, revivendo as Adoráveis Melindrosas“…
Andrea Natal, a diretora-geral do Copacabana Palace, beija a testa de seu créateur, Zéka Márquez