No próximo dia 10 de março, o periódico semestral trará passagens curiosas sobre Uberlândia e histórias do seu passado
A história de Uberlândia está intrínseca nos detalhes ao caminhar pela cidade. Está entre um edifício tombado, uma praça antiga ou até mesmo na população que preserva hábitos corriqueiros para os dias atuais. Se não fosse pelo barulho dos automóveis ainda seria possível ouvir o ranger do carro de boi. A memória ainda é viva na população, nos documentos, objetos e fotos. Personagens do dia a dia que caminham pelas ruas e praças e ajudam a preservar a identidade do município.
E é nas páginas do Almanaque de Uberlândia Ontem e Sempre, iniciativa da Nós Projetos de Conteúdo, que a cultura é retrada. A publicação, que é uma versão impressa do programa de TV “Uberlândia de Ontem e Sempre” traz relatos curiosos do passado que são narrados no presente e homenagens a personalidades que marcaram época. Editado semestralmente a 8ª edição será lançada no próximo dia 10 de março. O projeto é incentivado e executado por meio da Lei Estadual de Incentivo à cultura de Minas Gerais e patrocinado pelo instituto Algar.
Recontar além de ouvir
O Almanaque preza sempre por contar histórias curiosas e que tragam informações sobre o passado da cidade ou ainda entretenimento aos leitores. As pesquisas são feitas com rigor e a partir do planejamento editorial os assuntos são escolhidos, sempre com presença de jornalistas e historiadores locais. Nesta edição, cuja capa é dedicada ao centenário do nosso maior artista, Grande Otelo, serão apresentadas matérias como a terceira edição do “Racha dos Velhos Malandros”, que homenageou o centroavante Ferreira, único jogador que atuando pelo Verdão foi convocado para a Seleção Brasileira. Além das curiosas regras de convívio que existiam nas casas de encontro em Uberlândia, ou como a zona boêmia foi retirada a força do setor central da cidade. O texto é do Dr. Oscar Virgílio, que tem os cartazes com essas regras que eram anexados nas casas de tolerância.
Núbia Mota, editora chefe do Almanaque, revela ainda reportagens especiais do mesmo. “Vamos contar sobre a vida do médico Adib Jatene, falecido recentemente, com as lembranças dele sobre o tempo que morou em Uberlândia. Tem ainda a criação da Faculdade de Odontologia, a vinda de Ayrton Senna durante a inauguração do Kartódromo do Caça e Pesca, a evolução do tratamento de água, o bauru do Bené, o cineminha do Baía entre outras curiosidades”, comenta.
O Almanaque não segue ordem cronológica, a seleção de conteúdo é feita de acordo com o nível de curiosidade e interesse público. A cada edição é feita reunião com historiadores da cidade e personalidades para selecionar os assuntos, ressalta a editora. “Depois disso, fazemos o boneco e vemos a disponibilidade de material que ilustre as matérias. Sem este material, a matéria não pode ser publicada, porque a prioridade são fotos, anexos, enfim, algo que ilustre o texto, já que a maioria das matérias são curtas, assim como tem que ser um Almanaque”, Núbia acrescenta.
População e a memória do Almanaque
Celso Machado, diretor editorial do Almanaque, revela que só é possível desenvolver o periódico com o auxilio do leitor. “Contamos sempre com a colaboração das pessoas que nos passam sugestões de assuntos e têm fotos em casa para fazermos cópia. Sem essas pessoas, não tem como fazer Almanaque. Contamos também com os profissionais do Instituto de História da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e do Arquivo Público Municipal, que sempre nos ajudam a encontram imagens para nossas histórias. Ainda contamos com a ajuda de historiadores e estudantes que por ventura tenham artigos, até mesmo parte de monografias e teses, que possam nos ceder para publicarmos no Almanaque.” informa.
Celso faz questão de destacar a importância de Antonio Seara, que além de cuidar da diagramação é o responsável pela edição das matérias. “O Antônio acrescenta com seu talento e fina percepção aquele toque que faz do almanaque Uberlândia de Ontem e Sempre muito mais do que uma publicação para ser lida saboreando cada matéria, mas para ser colecionada com o maior carinho. A colaboração de uma equipe apaixonada pela memória de Uberlândia é fundamental” conta.
O diretor ainda comentou que a cada lançamento um novo profissional desenvolve a capa do Almanaque, assim o ilustra de maneira inédita. “Nessa edição passamos o tema para o artista plástico André Maurício, que trabalhou em cima da fotografia do ator. Só falamos para ele que íamos fazer uma matéria sobre Grande Otelo, que segundo consta faz 100 anos agora em 2015, apesar das divergências de registro, que citam que ele nasceu em outra data e dessa forma ele desenvolveu e apresentou o projeto”, destaca Celso Machado. A edição número 8 do Almanaque Uberlândia de Ontem e Sempre estará à venda nas principais bancas de revistas da cidade.