* O aeroporto JFK, em Nova York, bem como as mesas do badalado restaurante Plataforma de João de Matos estavam especialmente lotados de brasileiros esta semana, de manhã até a noite. E de gente muito conhecida do PIB do Brasil. O motivo foi o jantar de gala do “Homem do Ano”, evento da Câmara de Comércio Brasil-EUA que aconteceu nesta terça no hotel Waldorf Astoria. Desta vez, os ex-presidentes Bill Clinton e Fernando Henrique Cardoso foram os destaques homenageados, cada um representando seu respectivo país. João Dória Jr. também coordenava um grande grupo de empresários que desembarcam na cidade não só para o jantar, mas para uma palestra mais café da manhã em torno do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin.
* Aos 83 anos, FH anda com a agenda cheia aqui e lá fora. Mesmo longe do poder há mais de 12 anos, ele e Bill Clinton foram homenageados em Nova York com o título “O Homem do Ano” (Na verdade, Person of the Year), num jantar de gala para 1.200 pessoas, no tradicional Waldorf Astoria. Entre os Vips, a presença do brasileiro mais famoso de Manhattan e de Nova Iorque, João de Matos, idealizador do Brazilian Day anual e sócio da Churrascaria TOP Plataforma que se localiza entre as 8a. e 9a avenidas. * Na manhã seguinte, ainda em Manhattan, o tucano abriu encontro de 400 empresários. * Durante o reluzente jantar de gala para 1,2 mil pessoas no hotel Waldorf Astoria, em Nova Iorque, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso recebeu o título de Pessoa do Ano, com um discurso de forte teor político. * Ao falar diante de empresários, banqueiros, diplomatas e da cúpula do PSDB no evento promovido pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos, FHC citou as manifestações de ruas e usou a crise econômica para atacar tanto o governo quanto o PT — sem citar o partido. Sobre o que chamou de “práticas não republicanas”, o ex-presidente afirmou que “o castelo de cartas desfez-se ao sopro da realidade”. — Talvez houvesse sido certo dizer que, para nós, a crise foi uma “marolinha”. Mas não. O governo interpretou o que era política de conjuntura como um sinal para fazer marcha à ré. Paulatinamente fomos voltando à expansão sem freios do setor estatal, ao descaso com as contas públicas, aos projetos megalômanos que já haviam caracterizado e inviabilizado o êxito de alguns governos do passado — afirmou FH. — Isso, sem me referir a práticas que a melhor eufemismo são ditas no Brasil como “não republicanas”, sobre as quais, no exterior, prefiro calar.
O castelo de cartas desfez-se ao sopro da realidade. * Em sua fala, que começou em inglês e depois, quando falou sobre o Brasil, passou para o português, Fernando Henrique considerou o “desvio das boas práticas” tão grave quanto “a pretensão de sustentar o poder a partir de políticas de hegemonia partidária pregada e posta em ação por grupos que se autodenominam como de vanguarda”. Mas se declarou otimista: — Por mais astuciosos que sejam os truques para mostrar que está certo o que está errado, eles têm vida curta. * Mais de 12 anos depois de deixar a presidência, FH foi eleito a Pessoa do Ano de 2015 junto com o ex-presidente dos Estados Unidos Bill Clinton. Desde 1970, o prêmio é dado anualmente a dois líderes — um brasileiro e um americano — que tenham se destacado no fortalecimento dos elos entre Brasil e EUA.
