Assunto é tema de palestra em clínica veterinária de Uberlândia
No último sábado (20), o Pronto Socorro Veterinário (PSV) realizou uma palestra com o seguinte tema: Leishmaniose, melhor prevenir do que tratar. Mas, se adoecer, o que fazer? O evento teve como objetivo informar as pessoas sobre como prevenir a doença e informar que desde o ano passado, o tratamento da doença está liberado.
O tema é polêmico, já que até pouco tempo, a ordem era para que os animais com leishmaniose fossem eutanasiados. “A partir de uma normativa do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o tratamento da leishmaniose canina foi liberado e agora os animais infectados têm a chance da cura clínica”, disse a veterinária do PSV, Silvia Molnar.
A veterinária afirma que o tratamento é feito com uma medicação chamada Milteforan, distribuído pelo laboratório Virbac. Essa medicação é usada via oral, no mundo todo, principalmente na Europa, e ficou em análise 8 anos até ser liberada pelo Mapa. “A cada 4 meses o paciente deve ser reavaliado pelo veterinário para que um novo ciclo de 28 dias seja iniciado”, explicou Silvia.
De acordo com a veterinária, clinicamente, a leishmaniose é uma doença tratável e curável, no entanto, assim como ocorre na grande maioria das doenças causadas por protozoários, geralmente não há a cura parasitológica. “ É por isso que o assunto gera tanta polêmica. Porém, o medicamento consegue diminuir de forma acentuada a carga parasitária. O animal deverá utilizar sempre coleiras com repelente ou repelente pour on. O tratamento da leishmaniose com medicamentos da linha humana ainda é proibido. Proibição que está sendo questionada”, finalizou.
Sobre a leishmaniose
A leishmaniose é uma doença infecciosa não contagiosa, causada por parasitas do gênero Leishmania. Existem dois tipos de leishmaniose, a leishmaniose tegumentar e a leishmaniose visceral. A primeira é conhecida como “ferida brava” e caracteriza-se por feridas na pele; já a leishmaniose visceral é sistêmica e ataca órgãos internos, principalmente o fígado, o baço e a medula óssea. Esta doença afeta, principalmente, os cães, além de animais silvestres, como o gambá, e urbanos como gatos, ratos e os seres humanos (principalmente as pessoas que são, de algum modo, imunodeficientes). Nos cães de estimação, a doença é conhecida como Leishmaniose Visceral Canina (LVC).
A prevenção é feita com uso de coleiras repelentes ou repelentes pour on, telas em janelas e canis e com o protocolo vacinal. Porém, devemos evitar a proliferação do mosquito palha no ambiente, com medidas básicas de higiene e limpeza.